terça-feira, 19 de abril de 2005

Prefácio

Com alguma dificuldade deixei de lado um casaco de lã, comprado especialmente para a viagem, e minha valise de couro, contendo uns poucos documentos pessoais, para apanhar minhas malas no bagageiro do táxi. Enquanto coloco-as no chão, minha esposa e filhos - um garoto de 16 anos e uma garota de 14 - fazem o mesmo. Como era de costume, arrumamos tudo em dois carrinhos, um com as bagagens dos homens e outro com a bagagem das ‘garotas’. Parecia mais uma de nossas viagens de férias se não fosse pelo destino que nos foi reservado.

O dia estava seco e cinzento, um vento frio cortava toda a cidade enquanto nos dirigíamos ao Aeroporto Internacional. Dentro do carro, com a temperatura controlada, nos sentíamos unidos mais uma vez, prontos para o começo de uma nova aventura, uma nova vida. Todos os problemas que ainda nos assombravam sumiriam, como uma paisagem de inverno que dá lugar às primeiras flores da primavera.

Agora, dois anos depois daquele dia e após muitas descobertas, tenho certeza de que não estávamos nem um pouco preparados para o que nos esperava.

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