sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Tô com vergonha!

Retirado do Guia Crescer - Edição 140 - Jul/05

Tô com vergonha!

Seu filho está em um parque com os amigos e se suja todo de sorvete. Você, como de costume, pega uma camiseta na bolsa para trocá-lo, quando se surpreende com a frase: "Não quero me trocar na frente de todo mundo, mãe". Ficar sem roupa na frente do amigo começa a causar um certo constrangimento. "Apesar de a criança perceber, por volta dos 2 ou 3 anos, as diferenças entre os sexos, é só um pouco mais tarde que essa descoberta realmente adquire significado, quando eles passam a compreender mais sobre as regras do mundo adulto e sobre as convenções sociais", explica Luciana Blumenthal, psicóloga do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento (CAD). É capaz que alguns desses pequenos curiosos, cheios de perguntas na cabeça, peçam explicações sobre por que, afinal, homens e mulheres não podem tomar banho juntos. "Apesar de a resposta variar de acordo com a cultura familiar, jamais fale que qualquer parte do corpo deva ficar coberta porque é feia, caso contrário a criança poderá ter dificuldades de lidar com sua sexualidade no futuro. O melhor é passar a idéia de que andar vestido faz parte das regras da sociedade e de que o corpo é algo muito íntimo para ser compartilhado", diz a especialista. A vergonha é apenas uma face do avanço da compreensão das crianças sobre o certo e o errado em relação a expor seu corpo a alguém do sexo oposto. Novos comportamentos vão surgindo. Meninas começam a pedir para usar a parte de cima do biquíni (que mal pára no lugar) e meninos tentam espiar a calcinha das amigas. Junto com a vergonha, cresce a curiosidade, ingredientes que mais na frente vão reaproximá-los.

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