terça-feira, 19 de julho de 2011

A experiência na Dinamarca

Leiam esse maravilhoso depoimento de uma professora americana que tem como parte de sua formação um intercâmbio na Dinamarca, lecionando para crianças de 4 anos de idade.

Uma coisa inimaginável para a maioria, ficar nu na frente de outras pessoas, pode se tornar normal e aceitável, se feito em um ambiente onde a nudez não seja "percebida" da forma como estamos acostumados.

Na Dinamarca, ambientes onde as pessoas de ambos os sexos e todas as idades convivem em harmonia e com respeito, mesmo estando nuas, é a coisa mais normal do mundo! Eles não podem estar errados...

Uma aula sem roupas: A Experiência na Dinamarca

Lá estava eu, de pé no vestiário. Havia 8 crianças de 4 anos (meninos e meninas), duas professoras (com mais ou menos 25 anos) e eu. Era uma quarta-feira, ou seja, dia de natação. Quando todos à minha volta começaram a arrancar suas roupas eu senti meu coração disparar só de imaginar aonde eu iria me trocar.

“Hum… Eu tiro minhas roupas e me troco na frente das crianças mesmo?” Eu perguntei, um pouco sem graça.

“Bom, a menos que você queira nadar vestida, eu acho que seria uma boa idéia você tirar suas roupas!” foi a resposta dinamarquesa. Eles não estavam acostumados com a minha visão cultural da nudez, mas eu estava. Bem, como eu não queria que as crianças achassem que eu era estranha eu respirei fundo e tirei a roupa.

Ficar nua lá pelos primeiros cinco minutos foi a coisa mais difícil que eu já fiz – pelo menos até àquela hora. Aqui na Dinamarca, quando você se troca no vestiário, a etiqueta apropriada é andar pelo lugar nu. As toalhas não têm outro propósito que não seja o de secar – não serve para esconder o corpo nu das pessoas. Esse foi um grande passo para mim.

Então, eu me dirigi para os chuveiros (nua) junto com a minha classe nudista e as duas professoras. As duchas ficavam em um longo corredor – não tinha onde me esconder! Eu tive que sorrir e encarar numa boa, literalmente. Depois de nossa ducha nudista de 6 a 10 minutos nós finalmente colocamos nossos maiôs e fomos nadar.

Eu pensei que tinha realizado um grande feito! Eu, uma modesta norte-americana, nua na frente da classe inteira e dos outros professores. Viva para mim!! Mas, para minha surpresa, eu estava errada.

Depois de nadarmos, nós entramos na sala da nudez de novo. Penduramos nossos maiôs e toalhas e a festa nudista começou! Nós todos tomamos outra ducha (os dinamarqueses são pessoas realmente limpas!), e enquanto eu pegava minha toalha e começava a me secar, eu recebia olhares desconfiados.

“Eu não deveria me vestir ainda?” Perguntei visivelmente apreensiva. Logo eu descobria a resposta quando eu vi 8 bundinhas correndo para dentro da sauna. Decidi segui-las, acompanhando o fluxo (e dessa vez eu amarrei a toalha na cintura! Eu trapaceei um pouco!).”

Assim que eu entrei na sauna eu fui recebida por várias pessoas nuas – elas estavam por toda a parte! Eu olhei em volta, esperando encontrar alguém enrolado na toalha, mas não tive sorte.

Todos estavam sentados em suas toalhas. Então, eu fiz como a maioria. Eu estendi minha toalha com todo o cuidado no banco e me sentei, totalmente exposta, entre dois dos meus alunos. Eu apenas sentei lá, ciente do fato de que não havia nenhuma parte do meu corpo escondida do olhar das pessoas. Nós ficamos sentados lá por quase 20 minutos. Apenas sentados, totalmente nus, em uma sauna com 8 alunos de 4 anos e 2 professora – um passeio com a classe.

Quando chegou a hora de deixar a sauna, eu senti um pequeno alívio – eu acho que estava começando a me acostumar com o meu estado de nudez! Mas eu tive mais uma chance de mostrar bravura, porque nós fomos tomar outra ducha. Eu estava ficando boa nessa parte da ducha.

Depois da última ducha, nós todos nos secamos e colocamos nossas roupas. Minhas roupas nunca pareceram tão pesadas na minha vida. Depois de ficar nua por tanto tempo eu me senti estranha estando vestida! O que aconteceu comigo!!

Minha análise da situação foi a de um grande choque de culturas. Eu vivi um choque de culturas em sua extremidade – eu estava totalmente exposta sem ter onde me esconder. Apesar disso eu agradeço por essa experiência. Eu vejo minha nudez de uma outra forma agora. Quando eu estou nua, eu estou apenas nua. Andar nua com um grupo de pessoas que achem isso normal é uma experiência libertadora. Eu era a única no vestiário que se sentiu desconfortável, ninguém mais pensou nada sobre a minha nudez. E isso me fez ver a nudez de uma maneira diferente, de uma maneira mais positiva. Eu recomendo esse tipo de experiência para todos!

Minha experiência em dar aula nua é uma coisa que eu nunca vou me esquecer, e eu não consigo explica-la em palavras. Mas eu sempre imagino, será que um dia eu terei que dar aula nua novamente? Eu só posso imaginar. Mas provavelmente eu teria que treinar andando nua pelo meu quarto – é bom começar aos poucos para se converter ao estilo nudista! Apenas na Dinamarca você vem com essa tradição de casa – espere só até a minha família ver o que eu fiz por aqui!

Wendy L. Scharf
CDD student 2001
St. Lawrence University

Um comentário:

Unknown disse...

Já tinha lido anteriormente esse depoimento e ela fala de uma forma muito leve e engraçada sobre sua experiência.Acho muito contraditório para nós brasileiros, que comparado com outros povos usamos bem pouca roupa, e reagimos de uma forma tão "desconfortável"com a nudez. ë um bom exemplo. Sei que as vezes é trabalhoso manter um blog, escrever e tal...já acompanho esse já à algum tempo e gosto muito e já estava sentindo falta de novidades. Um abraço!