Matéria realizada pelo repórter Pedro Dória, do site no mínimo.
Todos pelados na casa do sogro
Aos 17 anos, Marcelito Lima era insaciável. Já vivia sozinho, tinha transado aos 14 e seguia o exemplo dos quatro irmãos mais velhos: não podia passar menina que fosse ali por Pelotas. Forte, lutava caratê, com o vago sonho nunca realizado de estudar medicina. De todo indisciplinado. Então, conheceu Iara. Ela tinha 14 anos, uma guria linda, loura, carregava a faixa de "Garota Pelotense" e era presença constante nos clipes da tevê regional. Ele não teve dúvidas, chegou perto – mas ela era filha da dona Zenir, professora do Sílvia Mello, justamente seu colégio. Dona Zenir era do pior tipo de professora, austera; e ele, naturalmente, era do pior tipo de aluno.
Mas em algo encantou a menina Iara, apesar da mancada inicial: achou que seu pai era avô, dada a idade. Apresentou sua mãe aos pais da moça, tudo como cabe num namoro direito da tradicional família. E as coisas já iam mais ou menos bem fazia um mês quando bateu à porta da menina. O senhor ex-padre da Teologia da Libertação, perseguido pela ditadura, professor de teologia que Marcelito um dia achou com cara de avô da namorada o recebeu nu. "Achei que era gay, né?" Mas, quando entrou, dona Zenir também estava nua. Como Zumbi, o filho caçula. E Iara.
Ela interrompe sua história, rindo, "Imagina você, chega na casa da sua namorada, e ela pelada?" Marcelito tira a roupa, fica de cuecas; "não, é tudo", diz o sogro. "Isso era uma idéia do meu pai, mesmo. Desde pequenos, mais de metade das minhas fotos de infância a gente está sem roupa. Íamos à praia do Cassino, regiões desertas. Só que não dava para ficar falando no colégio. Quando estava ficando mais adolescente e as minhas amigas iam lá, eu falava para botar roupa. O pai e a mãe sempre falaram muito conosco, até sobre isso de começarmos a namorar muito cedo, ele sempre dizia 'ó, vocês não se prendam', porque ele foi padre até os 50, ele mesmo começou a vida sexual dele tarde, aí ele viu, a gente, que era novo, e achava que tinha que aproveitar porque, e depois, se passa a adolescência e descobrimos que não ia dar certo?"
Mas deu certo. Em 1998, Marcelito e Iara, como também Zumbi, seu irmão, mudaram-se para a Colina. A mãe de Marcelito já o visitou, como um de seus irmãos – "mas eles nunca se pelaram". Os dois riem quando ela conta: "O irmão dele me vê pelada e pensa bá, que cara trouxa." Como muitas das meninas, durante a semana Iara não anda pelo espaço de todo nua – a canga, ela a amarra na cintura ligeira qual mini-saia, que um vento leve ou um cruzar de pernas expõe. É por conta dos funcionários vestidos. Eles já não olham mais, estão acostumados. "Mas o cara vestido põe um pudor, não tem jeito."
Dia de entregas no restaurante
Próxima parte - O contato físico é proibido
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário