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No mínimo o que aconteceu no último domingo, 08 de julho, em Abricó, terá duas repercurssões, uma positiva e outra negativa.

A positiva provavelmente se dará pelo fato de que ficou mais do evidente que atitudes de cunho sexual realmente não são toleradas em um ambiente naturista sendo, inclusive, neste caso combatida com o uso da violência - atitude que a equipe Naturia, e cremos, a maioria dos naturistas desaprova totalmente. Pensando nisso nos deparamos com a repercurssão negativa do acontecido. É possível que os naturistas passem a ser chamados de violentos e conhecidos por fazer justiça com as próprias mãos.

Talvez no calor da situação não tenha passado pela cabeça de nenhum presente que aquilo poderia se tornar uma futura jurisprudência com relação à falta de clareza da constituição brasileira sobre o termo "ato obsceno". Ou talvez isso até tenha acontecido, mas por falta de apoio policial as pessoas decidiram pelo que parecia, no momento, ser a atitude mais correta e eficaz.

Vejam aonde queremos chegar. Um grupo de pessoas nuas, o que é considerado pela sociedade brasileira um "ato obsceno", fica indignado com um indivíduo que está se masturbando - que fique clara aqui a diferença entre as duas situações, a masturbação , uma pratica de cunho explicitamente sexual e, nesse caso, realmente um ato obsceno, e o fato de as pessoas estarem apenas nuas - dentro de um ambiente realmente familiar, inclusive com crianças e jovens presentes.

Esse fato talvez tenha sido até hoje o melhor exemplo da grande lacuna que existe entre o "estar nu" e a prática de um "ato obsceno" que, infelizmente, não fica claro na constituição brasileira. Usemos esse acontecimento como uma lição para atitudes e reações no futuro e torçamos para que, dessa vez, a sociedade fique do lado dos pelados e entenda, de maneira positiva, a violência utilizada.

Pelo menos o tal Iran Cesário demonstrou, em sua intimidade, se reconhecer culpado ao dizer em seu primeiro depoimento à polícia que havia sido espancado em um terminal rodoviário.